sábado, 17 de outubro de 2009

Marinha quer dar apoio às polícias


SEXTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2009, JornAL DE NOTÍCIAS


O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, está a preparar as Forças Armadas para entrarem em força na segurança interna e considera que não vai haver choques, em particular com a GNRs declarações de Mário Mendes foram prestadas ao JN na sequência da cerimónia de abertura do Ano Operacional da Marinha de Guerra, que decorreu no Alfeite, na margem Sul do Tejo.

O chefe da Armada, Melo Gomes, adiantou, no discurso, que a Marinha vai criar uma Unidade de Acção Litoral, que incluirá "unidades navais, de fuzileiros e de mergulhadores, podendo ser complementada com forças policiais marítimas". Para Melo Gomes, esta força poderá "complementar as capacidades existentes no âmbito da segurança interna, caso seja solicitado o recurso a meios militares". A Armada já tem trabalhado em conjunto com a PJ, mas a criação desta nova unidade parece dar mais amplitude à acção deste ramo das Forças Armadas.
Mário Mendes, que esteve na cerimónia a convite de Melo Gomes, considerou a iniciativa como positiva, assim como a maior envolvência das Forças Armadas na segurança interna. "Temos poucos recursos, temos por isso que os aproveitar", justificou e adiantou estar a estabelecer contactos com o Estado-Maior-General das Forças Armadas. Considera também que não vai haver choques com a GNR - "há competências definidas que não vão ser ultrapassadas".
Mas se a Marinha parece ganhar terreno na segurança interna, Melo Gomes, manifestou preocupação com as polémicas que têm envolvido os submarinos. "Estaremos, como sempre, longe da turbulência que tem existido na opinião pública com fins que não nos compete avaliar" e criticou quem se tem oposto à aquisição de submarinos, falando em "miopia marítima". No dia 5 de Outubro, o dirigente do PS Almeida Santos manifestou-se contrário à aquisição, dizendo que "devo ser um bocado burro mas não consigo descobrir porque é que nós precisamos de dois submarinos". Mas Melo Gomes recusou associar a sua intervenção de ontem às declarações de Almeida Santos. (JN)