domingo, 1 de junho de 2008

Pescadores em fúria

01 Junho 2008 - 00h30
Matosinhos - conflitos violentos e destruição na lota
Pescadores em fúria
Dezoito horas de bloqueio na Docapesca de Matosinhos terminaram ontem em confrontos violentos entre armadores, pescadores e polícias. Os agentes, que tinham garantido não agir dentro da doca, invadiram a lota e impediram a saída de uma tonelada de peixe que os armadores, em greve, queriam dar a instituições de caridade.
Em causa estava um diferendo entre pescadores e comerciantes. Muitos vendedores, que já tinham pago o pescado, recusavam a dádiva deste. "Tiveram 48 horas para vender o peixe. É má-fé. Querem aproveitar a nossa greve para especular e ganhar mais. Não sai nada", prometia o armador, José Nunes, pelas 10h00.
Foi após o almoço que o braço-de-ferro, durante o qual os armadores chegaram a ameaçar "queimar tudo", acabou. Quando os pescadores invadiram a lota para dar o peixe, já a PSP os seguia. "Deram uma bastonada num armador. Tentámos apelar, acalmar, não conseguimos", disse Américo Postiga, armador.
O caos instalou-se pelas 15h30. Dentro da lota, pescadores e agentes da PSP e Polícia Marítima esmurravam-se, enquanto os comerciantes choravam o peixe no chão. Um agente ficou ferido com uma caixa de peixe na cabeça. Os ânimos aqueceram e a polícia não conseguia controlar a violência. Alguns queriam ver as anunciadas 20 toneladas de peixe espanhol. "É peixe ilegal, comprado sem facturas, de um barco fura-greves", explicou José Nunes.
Fora do armazém da lota, José Luís Silva, da Associação de Armadores de Pesca do Norte, culpou os comerciantes e o ministro. "Os vendedores preferiam deixar o peixe apodrecer, em vez de o dar aos pobres", afirmou. Ao ministro também não poupou críticas. "Não satisfez as pretensões dos pescadores." Os pescadores desmobilizaram pelas 18h00 e reúnem-se hoje no porto da Póvoa do Varzim.
in "CORREIO DA MANHÃ"



A propósito desta notícia e visionados os noticiários, foi com algum espanto que esta Associação verificou que apenas estavam presentes dois agentes da Polícia Marítima, sendo que só um deles pertencia ao Comando Local de Leixões, os restantes eram camaradas da PSP.
Sabendo-se que a PM já dispõe de pessoal formado em manutenção de ordem pública, o qual tem sido exibido em diversas acções promocionais, fica aqui uma pergunta: Onde estavam eles???