Cristiano
Pereira
Dois grupos de jovens
envolveram-se ontem em confrontos nas praias do Estoril e provocaram o
pânico no areal e nas esplanadas. Ao JN, o presidente da Câmara
Municipal de Cascais, António Capucho, criticou a falta de reforço no
policiamento da costa de Cascais.
Tudo terá acontecido entre
dois grupos aparentemente rivais que se cruzaram, ontem, na praia do
Tamariz, no Estoril. Por razões que se desconhecem, de manhã e à tarde
houve agressões mútuas, facadas e tiros. O pânico instalou-se de
imediato: os clientes de uma esplanada protegeram-se debaixo de mesas e
dezenas de pessoas abandonaram a praia. Quando a polícia apareceu já
era tarde. “Quando lá chegámos não conseguimos interceptar os
indivíduos”, disse, ao JN, uma fonte da Polícia Marítima.
“Este
incidente veio revelar que não houve um sério cuidado por parte das
entidades competentes, como o Ministério da Administração Interna, para
reforçar a segurança nas praias e no passeio marítimo durante a época
balnear”, disse, ao JN, António Capucho.
O autarca lembrou que
“nos últimos 15 dias houve vários incidentes gravíssimos nos comboios da
linha de Cascais” e que “tudo apontava para que num dia como o de hoje
[ontem] os mesmos gangs viessem para Cascais como é seu hábito – e
vieram”.
Capucho recusou dizer a quantidade de polícias que
gostaria de ver a patrulhar as praias do seu concelho, justificando que
isso é matéria da competência do Ministério e da PSP, mas mostrou-se
bastante crítico com o número de apenas quatro moto-patrulhas a zelar
pelas praias todas. “Como deve calcular não servem para este tipo de
incidentes”, comentou.
A autarquia de Cascais emitiu um
comunicado onde exige que “o senhor ministro da Administração Interna
venha imediatamente a Cascais reunir com a direcção nacional da PSP, as
forças policiais locais (incluindo a Polícia Marítima) e a Câmara, a fim
de analisar a situação e tomar as medidas de emergência que se impõem”.
O episódio de ontem “revela a negligência do Governo em matéria
de segurança”, lê-se no mesmo documento.
Ontem, o CDS-PP exigiu
que o ministro Rui Pereira dê explicações ao país relativamente a estes
incidentes. ?O senhor ministro da Administração Interna deve uma
explicação ao CDS, que perguntou atempadamente, mas sobretudo ao país?,
disse o deputado Nuno Magalhães, para quem estestes episódios são
?sinais claros que a criminalidade em Portugal está mais violenta, mais
grupal, mais organizada e com consequências mais preocupantes?.
1 comentário:
Ilustres bloggers, mais uma vez se apela à vossa sensibilidade acerca dos temas em discussão. A ASPPM apenas representa as preocupações e anseios dos profissionais da PM nos termos estatutários, e nunca poderá lançar-se em cruzadas de perfil ou natureza politica - como é a questão da segurança ou da falta dela.
A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR!
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