23.07.2010 - 13:44 Por Lusa
O ministro da Justiça considerou hoje que “não faz sentido” um debate em
torno da tutela única para as polícias, defendendo que a Polícia
Judiciária deve continuar na alçada do seu ministério.
A PJ “é uma polícia de Justiça e por isso é na Justiça que deve estar. É
esse o compromisso do Governo, relativamente a esta matéria e,
portanto, há discussões que não fazem sentido”, afirmou Alberto Martins.
O
ministro, que falava no Porto após uma visita à Directoria do Norte da
PJ, disse que a autonomia desta corporação “é um valor absoluto” e só se
pode defender o contrário tendo “uma concepção securitária e
ultrapassada pelos factos e pela realidade”.
“É importante para a
separação de poderes, num Estado de Direito, que a PJ intervenha no
âmbito da Justiça, da investigação criminal e não noutro âmbito
qualquer”, frisou.
O secretário-geral do Sistema de Segurança
Interna, Mário Mendes, tem-se pronunciado por uma tutela única para a
PJ, PSP, GNR e não a actual tutela partilhada entre vários ministérios.
“Quando falo em polícia única, falo na questão de saber se faz ou não
sentido a junção na mesma força e na mesma tutela da PJ e da PSP, e esse
cenário não o afasto”, disse Mário Mendes numa entrevista conjunta à
TSF e ao Diário de Noticias, em Maio deste ano.
Nas suas
declarações no Porto, o ministro Alberto Martins sublinhou dados
oficiais que apontam para o decréscimo da criminalidade violenta,
considerando que isso se deve “à alta qualidade” da PJ. Destacou ainda a
renovação da polícia de investigação, com a entrada de 149 novos
inspectores e os recursos tecnológicos que a corporação já dispõe.
Noutro
âmbito, o ministro saudou as decisões de quinta feira da Assembleia da
República para melhorar o combate à corrupção, “um crime cuja
perseguição a todos interessa”. Saudou ainda as alterações introduzidas
ao Código do Processo Penal, nos normativos sobre prisão preventiva,
processos sumários e acusações abreviadas, “sem por em causa nunca os
direitos fundamentais”.