sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Exército disponível para intervir na segurança interna

(in) Diário de de Notícias - OnLine - 03DEZ2009

O CEME, Pinto Ramalho, disse ontem ao DN que o Exército está "disponível" para ajudar na área da segurança interna. Num almoço organizado pela revista 'Segurança e Defesa', o militar afirmou ser favorável ao fim da "ambiguidade constitucional" que condiciona a colaboração entre o Exército e as forças de segurança. Sindicato da polícia está "100% contra" esta ideia

O Exército está disponível para colaborar na segurança interna do País. O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Pinto Ramalho, garantiu ontem ao DN: "Só fazemos aquilo que a tutela determinar, mas, se nos derem condições, estamos disponíveis para participar na segurança interna, por exemplo, em áreas como a formação." Já antes de falar ao DN, no final de um almoço-debate organizado pela revista Segurança e Defesa, o CEME disse ser favorável ao fim da "ambiguidade constitucional" que condiciona a colaboração entre o Exército e as forças de segurança em território nacional.
A posição de Pinto Ramalho surgiu pouco antes do fim do debate, na sequência de uma interpelação do general Loureiro dos Santos, que questionou o CEME sobre "o emprego do Exército com as forças de segurança interna, que tem de ser sempre excepcional", lembrando que, em Espanha, "não há a dúvida angustiante que [Portugal] tem" nem a "ambiguidade" em termos constitucionais.
Na resposta, Pinto Ramalho considerou que, "havendo capacidades instaladas", a "ambiguidade deve ser desfeita", defendendo ainda que os militares devem funcionar de forma "supletiva".
Já o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, disse ao DN que é "completamente contra esta hipótese porque não cabe às forças militares exercer qualquer tipo de actos de segurança em território nacional". "A polícia é treinada para lidar com o cidadão, o militar com o inimigo. E, por outro lado, a Constituição também não permite que o Exército se imiscua na área da segurança interna", acrescentou o dirigente sindical.
A ideia de o exército ter responsabilidades nesta área não é novidade para Armando Ferreira. "Lamentavelmente já tinha ouvido essa proposta do comandante da GNR", lembra.
No entanto, neste momento, uma actuação do Exército a nível de segurança interna está restrita a casos de "estado de sítio e emergência, terrorismo e gestão de crise", como lembrou Pinto Ramalho no decorrer do almoço na Cooperativa Militar. No discurso, o CEME havia também considerado que deve ser "equacionada" uma resposta do Exército a "situações de maior emergência". Pinto Ramalho lembrou que "é preciso encontrar resposta para o crime organizado" e que o "Exército tem de ajudar a garantir a segurança".
O CEME defendeu que é do "interesse nacional" que o recrutamento das forças de segurança continue a passar pelas forças armadas. No entender de Pinto Ramalho, a quebra no efectivo do Exército (que devia ter 25 701 elementos e só conta com 23 275) decorre deste aspecto, que "era um atractivo maior para os cidadãos" integrarem as forças armadas. Daí que o CEME defenda que os cidadãos com serviço militar devem ter prioridade nas candidaturas à PSP e GNR.
No dia em que partiu uma unidade de engenharia de 130 militares para o Líbano, Pinto Ramalho não escondeu que uma das "preocupações do Exército é a resposta às missões de política externa" .
No almoço comemorativo do terceiro aniversário da revista Segurança e Defesa estiveram presentes figuras como o ex-ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, o vice-presidente da Academia das Ciências, Adriano Moreira, o director da ASAE, António Nunes, o director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho, ou o director da PSP, Oliveira Pereira.

Não podiamos deixar de comentar esta notícia, pois que tal semelhança só existe em regimes do 3º Mundo, onde impera a lei das armas.
Mas vejamos o que há tempos alguém disse, também no mesmo jornal e que, sem espaço para dúvidas, translitera o que está consagrado na constituição.
"Sob pretexto de aumento de criminalidade organizada e internacional, tem sido advogada a entrega de segurança interna a militares. Não tem interesse estar a indagar a proveniência deste tipo de entendimento, impondo-se apenas apreciá-lo à luz de princípios, da actualidade, e da filosofia policial em tempo de paz. Este entendimento viola o artigo 275.° da Constituição, ao incumbir às Forças Armadas a "defesa militar da República", que no tocante à segurança das populações se reporta contra qualquer agressão ou ameaça externas " (art. 273.°.2 ). Não sendo este o caso, a garantia de segurança interna e dos direitos dos cidadãos cabe à polícia (art.272.°.1). (... /...)
Por isso entregar a segurança interna ao sector militar envolve dois inconvenientes: a) desvirtua a própria vocação militar Para um militar com funções de policiamento civil é muito difícil ser bom policia enquanto militar e simultaneamente ser bom militar enquanto polícia; b) abre caminho para a desvalorização da polícia civil, como a PSP ou a PJ, e da suas acções, enquanto também sustentáculo de segurança no País.

Um adequado combate à criminalidade faz-se pela adopção de melhores meios de actuação polida], uma formação técnico-táctica contínua, com um estatuto remuneratório justo compatível com uma vivência digna para o agente de autoridade, instalações condignas e pela adopção correcta de modelos de policiamento como o de proximidade." (Dr. Bernardo Colaço, Meritissimo Juiz-Conselheiro do STJ, Jubilado em Lisboa )

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

LEIS??? ISSO É COISA QUE SÓ SE APLICA AOS OUTROS

Pois é!
Ao que parece as leis não são para cumprir.
Como se não bastasse as interpretações abusivas sobre o direitos aos transportes públicos gratuitos pelo pessoal da Polícia Marítima levados a cabo por uns quantos senhores, que teimam em não conceder o passe social ou a compensação devida por esse direito.
Eis que relativamente ao Horário de Trabalho, tambémteimam em não fazer cumprir, também a lei.
Sob a desculpa de ter que o CGPM aprovar os horários de funcionamento dos serviços e de definir o serviço de piquete, continuamos a ver ilustradas nas escalas de serviço dos mais diversos comandos policiais, cargas horárias excessivamente para além das 36 horas semanais.
Vejamos o caso de Lagos:
1º dia - 24 horas de piquete
2º dia - 8 de retem
3º dia – folga (????? Não sabemos onde)
4º dia – 24 horas de adjunto ao piquete
5º dia – 8 horas de retém
6º dia – folga (igual ao 3º dia)
7º dia – 24 horas de piquete
Tudo somado, temos a “módica quantia” de 88 horas, mas isto, claro, preto no branco, pois que ao que parece, após os reténs e nas folgas, não são raros os serviços inopinados onde o pessoal é obrigado a participar em operações.
Sabemos de casos semelhantes noutros comandos, alguns porventura piores.
Fica aqui apenas uma questão, quem assumirá a responsabilidade por acidentes que possam ocorrer, durante o serviço ou até fora dele, por o pessoal estar impedido de descansar por tão largos períodos de trabalho?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SWAT - POLICIA MARITIMA




(in) youtube versão integral

Apesar dos "vícios" na autoria do video, não podemos deixar de enaltecer a produção do mesmo.
Há muito que era esperado um trabalho deste tipo, onde os "actores", são todos protagonistas.
A todos, sem excepção, os nossos sinceros parabéns.
Calculamos que vozes se levantarão para criticar e erguer bandeiras contra as missões destes homens.
Nós dizemos, por todo o empenho e sacrifício, destes e daqueles que mantém a operacionalidade da Polícia Marítima, apesar da escassez de "mão-de-obra". Bem Hajam.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

NOVO MINISTRO DA DEFESA ANUNCIADO


O Primeiro-ministro, anunciou hoje o novo Governo e, obviamente, a quem cabe a pasta da Defesa.
O Professor Doutor Augusto Santos Silva, apesar de desconhecido na área da Defesa, não se traduz que seja menos interessado que os seus antecessores.
A importância da Polícia Marítima não tem sido significativamente observada na área da Segurança Interna onde desempenha um papel preponderante na autoridade do estado.
Esperamos pois, que as relações com esta Associação, se saldem de positivas e contribuam para a dignificação da Polícia Marítima.
Deixamos aqui fotografia e síntese biográfica

“Augusto Ernesto Santos Silva (Porto, 1956), é professor universitário e político português.
Licenciado em História, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, obteve, em 1992, o grau de Doutor em Sociologia, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. É Professor na Faculdade de Economia do Porto, desde 1981, sendo, actualmente, Professor Associado.
Foi membro do Conselho Nacional de Educação (1996-99); representante de Portugal no Projecto de Educação para a Cidadania Democrática do Conselho da Europa (1997-99); Pró-reitor da Universidade do Porto (1998-99).
Militante do Partido Socialista desde 1989, pelo qual foi Deputado na Assembleia da República (2002-05) foi, nesse período, Coordenador do Grupo Parlamentar do PS para as áreas da Cultura, Ciência e Ensino Superior. Foi Director do Acção Socialista, órgão de comunicação oficial daquele partido (2002-05). Integrou ainda o XIV Governo, como Secretário de Estado da Administração Educativa (1999-00), Ministro da Educação de 14 de Setembro de 2000 a 3 de Julho de 2001 e Ministro da Cultura (2001-02). É, desde 2005, Ministro dos Assuntos Parlamentares do XVII Governo Constitucional.
Autor de mais de uma dezena de publicações, Santos Silva colaborou com a imprensa, tendo sido editor da página de cultura do Jornal de Notícias (1978-86); colunista do jornal Público(1992-99/2002-05).Fonte: Wikipédia”

sábado, 17 de outubro de 2009

Marinha quer dar apoio às polícias


SEXTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2009, JornAL DE NOTÍCIAS


O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, está a preparar as Forças Armadas para entrarem em força na segurança interna e considera que não vai haver choques, em particular com a GNRs declarações de Mário Mendes foram prestadas ao JN na sequência da cerimónia de abertura do Ano Operacional da Marinha de Guerra, que decorreu no Alfeite, na margem Sul do Tejo.

O chefe da Armada, Melo Gomes, adiantou, no discurso, que a Marinha vai criar uma Unidade de Acção Litoral, que incluirá "unidades navais, de fuzileiros e de mergulhadores, podendo ser complementada com forças policiais marítimas". Para Melo Gomes, esta força poderá "complementar as capacidades existentes no âmbito da segurança interna, caso seja solicitado o recurso a meios militares". A Armada já tem trabalhado em conjunto com a PJ, mas a criação desta nova unidade parece dar mais amplitude à acção deste ramo das Forças Armadas.
Mário Mendes, que esteve na cerimónia a convite de Melo Gomes, considerou a iniciativa como positiva, assim como a maior envolvência das Forças Armadas na segurança interna. "Temos poucos recursos, temos por isso que os aproveitar", justificou e adiantou estar a estabelecer contactos com o Estado-Maior-General das Forças Armadas. Considera também que não vai haver choques com a GNR - "há competências definidas que não vão ser ultrapassadas".
Mas se a Marinha parece ganhar terreno na segurança interna, Melo Gomes, manifestou preocupação com as polémicas que têm envolvido os submarinos. "Estaremos, como sempre, longe da turbulência que tem existido na opinião pública com fins que não nos compete avaliar" e criticou quem se tem oposto à aquisição de submarinos, falando em "miopia marítima". No dia 5 de Outubro, o dirigente do PS Almeida Santos manifestou-se contrário à aquisição, dizendo que "devo ser um bocado burro mas não consigo descobrir porque é que nós precisamos de dois submarinos". Mas Melo Gomes recusou associar a sua intervenção de ontem às declarações de Almeida Santos. (JN)